UM DIA LONGO

Abri os olhos cansados depois de uma noite de pouco sono. Eram exatas 7 horas da manhã e meu corpo teimava levantar, mas precisava, pois havia muito para fazer naquele dia. Fui descalço ao banheiro e vi no espelho meu rosto desanimado, aparência desleixada e cabelos desarrumados. Tirei o short, a única peça de roupa que uso para dormir e tomei banho na água morna. Despertei um pouco para o desjejum. Ela estava na cozinha, com a pressa e a energia que me invejam. Fez ovos, passou o café, espremeu laranjas para o suco e já estava vestida para o trabalho. Eu só pensava na cama ainda quente para meu corpo sonolento, mas resisti à tentação e me aprontei para sair também. Na parada de ônibus mexia no celular enquanto esperava a condução que sempre estava lotada. Em pé no veículo, teimava em juntar equilíbrio com meus olhos no Wattsapp ou no Instagram, até descer no centro e precisar andar mais uns 15 minutos para chegar no prédio onde trabalho.
Então escureceu era cedo e parecia que a noite já havia chegado.  As pessoas estavam com muito medo daquela situação, algumas até correram para lugares cobertos.
   Começou chover muito forte, estava chovendo granizo, os carros ficaram com muitas marcas daquela tempestade, algumas pessoas passaram mal devido ao susto. 
     Aos poucos tudo foi se acalmando e as autoridades chegam para fiscalizar. Ninguém sabia explicar aquele acontecimento.
   Mas apareceu um senhor dizendo que era a consequência de nossas atitudes aquele episódio.  As pessoas não ouviram aquele senhor e continuaram com o falatório.
Pulso firme no megafone atraia curiosos que também gritavam que era o fim do mundo. O caos estava formado e a negritude do céu se misturavam com o calor do sol.
Boquiabertos a multidão estava apavorada, era ainda de manhã, mas o céu foi tomado pela escuridão e de repente uma nuvem de fogo estavam vindo em direção dos prédios.
Apavorado tentei me esconder em alguma sala, o suor tomava conta de minhas roupas, trêmulo, meu coração disparava, fechei os olhos para não ver a explosão.
Ao longe ouvia passos firmes vindo em minha direção, não queria abrir os olhos, mas uma força sobrenatural forçou minhas pálpebras, e ao levantar a cabeça vejo aquele senhor com seus olhos negros, voz rouca, me dizendo;
- Esse caos só vai terminar quando você morrer.
Que desespero. Porque eu? Mas o que será que eu fiz para ter que morrer.
Fico em prantos, não sei o pode ter acontecido, ou será que meu gato é alguma espécie de justiceiro da galáxia e eu não sei. E agora por causa disso eu tenho que morrer?
Tento me esconder, mas as salas são pequenas e poucos lugares pra e ficar. Escuto passos subindo as escadas, aposto que é aquele velho querendo me matar. Tento procurar outras salas, porém muitas delas estão trancadas. Outras não tem portas ou não tem nada onde possa me esconder. 
Cada momento é crucial para que eu consiga sobreviver. Vou subindo cada andar sempre cada vez mais rápido, mas sinto alguém próximo a mim. Já estou ficando sem ar de tantos lances de escadas que preciso subir, esse prédio parecer ter uns cem andares.
Está fácil me achar, minha respiração continua ofegante e meu suor já começa a marcar o caminho pra onde tento me esconder. Corro cada vez mais, consegui ver o velho de longe e mais algumas pessoas subindo em ritmo mais rápido pelas escadas.
Consigo chegar no topo do prédio, única forma de fugir e pulando para outros prédios, como acontece nos filmes, mas vejo que os prédios em volta são mais altos e fica impossível fugir. Em poucos minutos o velho chega gritando: - VOCÊ PRECISA MORRER! 
Começo a me aproximar do parapeito do prédio. Parece que a única solução que tenho é pular. Não sinto nenhuma esperança em viver caso eu pule, são quase quinze andares. Fecho os olhos e pulo. O vento batendo em meu rosto vejo toda minha vida passando por mim. Só estou me aproximando do chão pronto para sentir a dor. É o pior momento da minha vida. Três, dois, um.... Abri os olhos cansados depois de uma noite de pouco sono e um sonho muito real.

Murillo Kollek, Vanessa Branca, Carlos R e Amauri
07/10/2019

Postar um comentário

2 Comentários